quarta-feira, 30 de setembro de 2020

A encruzilhada da humanidade

por Thomaz Wood Jr. 



Tendências no mercado de trabalho sugerem mais turbulências e incertezas à frente tanto para empresas como para profissionais

A máxima é atribuída ao diretor norte-americano Woody Allen: “Mais do que em qualquer outro momento da história, a humanidade enfrenta uma encruzilhada. Um caminho leva ao desespero e à total desesperança. O outro, até a extinção total. Vamos orar para termos a sabedoria de escolher corretamente”.

A frase já conta algumas décadas, mas continua sombriamente atual. Passou de puramente cômica a tragicômica. Algumas decisões e eventos recentes parecem adiantar a segunda alternativa: a extinção total.

Certas tendências, entretanto, estão mais orientadas a “apenas” fomentar o desespero e a desesperança. Este pode bem ser o caso das tendências envolvendo as organizações e o mercado de trabalho.

Por quase todo o século XX, a paisagem corporativa foi dominada por gigantes: grandes empresas que prosperaram adicionando áreas, funções e funcionários. Quando cresciam as vendas, cresciam os organogramas e as folhas de pagamento.

As mudanças ocorridas nas décadas de 1980 e 1990 alteraram substancialmente esse cenário: estatais foram privatizadas e muitas empresas privadas desapareceram sob o peso da própria inépcia. Centenas de fusões e aquisições fizeram a alegria de financistas e advogados, com a conta geralmente paga por acionistas e clientes.

Finalmente, novos gigantes, movidos a tecnologia, surgiram para maravilhar e assombrar o mundo. Várias das maiores empresas atuais têm menos de 30 anos: a Amazon foi fundada em 1994, o Google em 1998 e o Facebook, em 2004. As novíssimas estrelas do firmamento corporativo são ainda mais jovens: a Airbnb foi criada em 2008 e o Uber, um ano depois.

Esses gigantes se diferenciam dos mamutes de outras eras pelo papel central das tecnologias da informação e da comunicação em seus modelos de negócios e pelo pequeno número de funcionários.

Airbnb, Uber e similares são fruto de tendências que devem se manter nos próximos anos. Assim como a automação e os robôs aumentaram a produtividade e dizimaram empregos nas corporações industriais, as novas tecnologias prometem fazer o mesmo nas empresas de serviços. O futuro aponta para menos empregos formais e mais arranjos temporários; menos gente empregada, porém com maior capacitação.

Levantamentos realizados em alguns países desenvolvidos já apontam uma queda contínua do número de empregos formais. Muitas empresas continuam, entretanto, a se deparar com escassez de talentos, a falta de quadros profissionais com a expertise ou disposição para preencher suas vagas.

Entre os mais jovens parece haver cansaço com o emprego corporativo que nutriu os sonhos das gerações anteriores. Muitos querem trabalhos mais interessantes e significativos, frequentemente orientados para um benefício social palpável.

Outros simplesmente não veem sentido em dar duro 12 horas por dia em troca de magros salários. Preferem as virtudes e vertigens da montanha-russa da aventura empreendedora.

Para fazer frente a mais competição por clientes e funcionários, muitas organizações lutam para modernizar seus discursos e práticas: adotam estruturas mais fluidas e ágeis, investem em formação contínua e adotam princípios de marketing para promover a própria imagem diante de potenciais funcionários.

Em um texto recente, Jane Partridge, professora de Recursos Humanos da Universidade de Northampton, na Inglaterra, alerta para as necessidades opostas apresentadas por empresas e por profissionais. Enquanto as primeiras enfrentam turbulências e precisam de estruturas enxutas e quadros flexíveis, os últimos necessitam de certo nível de estabilidade e permanência. 

Partridge também chama atenção para um conjunto de competências necessárias para lidar com uma realidade marcada por fluidez e laços tênues. Sua lista soma paradoxos: saber organizar, mas lidar com incertezas; atender a objetivos e se relacionar com pessoas difíceis ou pouco produtivas; planejar e se adaptar a um ambiente em mutação; agir como dono do negócio e aceitar a instabilidade dos novos arranjos do trabalho.

Nenhum luminar foi capaz de descortinar o mistério que engolfa o futuro do trabalho e do emprego. A encruzilhada tragicômica de Woody Allen provavelmente permanecerá por algum tempo como metáfora apropriada ao contexto

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Você em sua empresa e o que resta de 2020 em diante...

 A economia inicia sua recuperação e, inserida nela, muitas empresas e organizações públicas ou privadas. É, portanto, o momento de ser diferenciado, proativo, "vendável" e "insubstituível" para sua empresa. 


Papo reto!

Você tem que ser eficiente e apresentar produtividade satisfatória aos anseios de sua empresa. Busque elevar esses patamares, seu emprego dependerá, substancialmente, do que você produz na ponta do lápis.

Portanto eu sugiro dicas bem simples:

  •     Conheça bem a atividade que você irá executar;
  •     Conheça as dinâmicas operacionais e administrativas do setor onde você trabalha;
  •    Procure reconhecer o grau de dependência que seu setor tem em relação aos demais setores de sua empresa e prepare-se para compensar deficiências desses setores que lhe chegam para seu setor completar a parte que lhe é devida no projeto ou processo. Reclamar e solicitar conscientização tem pouca valia, a não ser retórica;
  •     Sempre realinhe suas atividades, contribua para o realinhamento das atividades de seu setor com os objetivos da organização. Lembre-se, TUDO tem um custo;
  •     Antes de ter uma grande sacada e querer ficar bem na foto da direção da empresa propondo ações de responsabilidade social só porque é modismo politicamente correto lembre-se: TUDO tem um custo!! Essas ações dão trabalho e custo para os outros setores. Se você não avaliou e não combinou "como os russos" e a direção aceitar suas ideias muito provavelmente você ficará bem na foto momentaneamente, mas logo logo sua produtividade irá ser detonada por setores que você, com sua idéia politicamente correta e inclusiva, acabou por dar mais trabalho. A lição que fica?!?! Todo setor tem seus planos de trabalho específicos, orçamento apertados e prazos exíguos. Pergunte "pros russos" se eles podem e lhes é conveniente, TAMBÉM, bancar sua grande sacada;
  •     Avalie seu grau de dependência de fatores econômicos tais como energia, transporte, saneamento, mobilidade urbana, telecomunicações etc etc. TODO setor, TODA organização depende deles para ser eficiente e ter alta produtividade;
  •     Neste particular procure se informar de eventos externos venham a prejudicar o acesso aos benefícios daqueles fatores. Pense nos apagões de energia, nos alagamentos, nas greves, etc. Antecipe-se e prepare-se para agir de forma a compensar as deficiências que os demais setores terão por dificuldades com aqueles fatores;
  •     Interaja, converse, reflita e negocie. Você não é o pequeno príncipe sentado olhando para uma rosa em um planeta deserto. Você depende dos demais setores e eles dependem da qualidade de seu trabalho;
  •     Discuta e registre suas dificuldades. Com esses registros procure se antecipar com os outros setores corrigindo ou aplicando alternativas que venham proporcionar eficiência. Isso evita retrabalhos e desperdícios dos parcos recursos, sobretudo financeiros e logísticos que, com absoluta certeza, sua organização enfrentará;


Ao longo de mais de quarenta anos de vivência organizacional essas foram as informações que colhi fruto de muitos insucessos e não muitos sucessos, afinal, estamos no Brasil que a cada dia nos surpreende.

Espero ter ajudado de alguma forma.
Boa sorte

Feliz novo ano de 2020!!