sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Informações, alternativas e decisões


Ofereço as reflexões que seguem para aqueles que estão em busca de recolocação profissional ou mesmo os que buscam uma melhor posição na mesma empresa.

Para começar, o que lhes digo é fruto de mais de quarenta anos de experiência organizacional, onde o sucesso e, também insucessos, de meus desempenhos dependiam, substancialmente, do desempenho de outras pessoas em outros setores da mesma organização ou de organizações externas. Assim, o que a experiência me ensinou é que as pessoas de sucesso buscam, incessantemente, informações sobre o ambiente imediato onde está trabalhando para poder tomar decisões OPORTUNAS e ADEQUADAS. Isso mesmo: INFORMAÇÃO para tomar DECISÕES. Em qualquer nível de atividade organizacional. Do arrumador de legumes, vegetais e perecíveis em um armazém e supermercado, até um Gerente de linha fixa de produção.

Vamos fazer uma analogia com algo que lhe seja familiar. Por exemplo, a contratação de uma empregada doméstica. Imagine que você precise trabalhar todo o dia e ao chegar em casa já não a encontre mas possa desfrutar do trabalho competente dela: jantar delicioso esperando para ser aquecido, roupas de trabalho para o dia seguinte lavadas e passadas e a casa limpa e arrumada. Nada, absolutamente NADA para você ter que fazer que ela não tenha feito, que venha lhe furtar os momentos de descanso, sobretudo se você enfrentou um trânsito caótico para chegar em seu “reino”. Saliento, por oportuno que ainda não encontrei organização mais complexa do que um LAR, considerando a miríade de decisões estratégicas que uma dona de casa ou empregada domésticas tem que tomar ao longo de um simples dia.

Então, vamos iniciar uma comparação com o que seu líder e sua empresa esperam de você.
Imagine se a funcionária de sua empresa, chamada “LAR” se restringisse a APENAS, trabalhar por excitação de fatos externos, ou seja, aguardasse vir uma ORDEM para ela iniciar alguma atividade. Isso não é incomum, pois muitos funcionários em organização AGUARDAREM ordem para fazer algo por não ter – e muitas das vezes não querer ter- a proatividade de iniciar suas atribuições sem ser mandado. Imagine, então, você tendo que usar seus intervalos de trabalho para, ao invés de desfrutar um cafezinho e companhia de amigos, tivesse que ficar ligando para casa para dar ordens e orientações para sua funcionária. Com certeza você se estressaria e desejaria ter uma funcionária “despachada” ou, “autogerenciável”. Pois é, essa TAMBÉM é a expectativa dos líderes que lhe deram uma chance de emprego e mostrar suas competências.

Se seu LAR fosse em um prédio, ela fosse informada que haveria suspensão do fornecimento de energia elétrica por três horas, no período da tarde, para serviços de manutenção de rede elétrica? Se ela, como faz expressiva quantidade de outras E TAMBÉM de funcionários organizacionais, lhe interrompesse em uma importante reunião de vendas ou de acompanhamento de projetos, para lhe perguntar o que fazer ou que atitude tomar, ou qual atividade priorizar? Certamente você não iria querer NEM TOMAR conhecimento do que ocorreu e sim chegar em casa e encontrar tudo feito, na esperança de que, fazendo jus ao salário que você lhe paga, ela tivesse autogerenciado suas prioridades em decisões oportunas e acertadas. Se você chegasse em casa com um bilhetinho na mesa dizendo não haver comida porque ela decidiu lavar e passar toda a roupa antes da suspensão do fornecimento de energia ou se sua roupa e os uniformes escolares de seus filhos para o dia seguinte não estivessem lavados tampouco passados, obrigando você fazê-los ao longo da noite, esgotados por um dia extenuante de trabalho encimado por um trânsito caótico no retorno para seu LAR.

Essas reflexões iniciais trazem a importância de se executar suas atividades com informações oportunas e atualizadas sobre vários elementos e fatores externos ao seu trabalho dos quais você depende para ter sucesso no que faz.

Assim, informação e decisão são primordiais em suas atividades.

Pense nisso. Voltaremos em outro momento prosseguindo com mais reflexões.

Boa sorte.
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#jffwsantos

Sobre conchas, mares e marés.


"Reflexões sobre uma gratificante recompensa na lide de ensinar e preparar cidadãos para os desafios do mercado."

Lembro de uma estória que ouvi ainda garoto, de um jovem à beira-mar ocupando-se de recolher conchas ressecadas incrustadas nas areias de uma praia deserta, mas afastadas e longe do alcance das ondas da baixa maré.

Um senhor, com sabedoria estampada nos sulcos de sua face e cabelos grisalhos e ralos, resolveu perguntar o motivo de atividade tão inusitada para ele. Ao que o jovem respondeu: essas conchas estão ressecadas já rachando e estou atirando-as para dentro da maré para que possam se revigorar e serem arrastadas para o mar aberto com o refluxo das águas.

O senhor lhe perguntou qual a diferença que todo aquele trabalho daria ao jovem, ao que o mesmo respondeu: Para ele nenhuma, mas muita para as conchas, pois elas teriam nova chance de se recobrar e contribuir para formar arrecifes e permitir o renascimento da flora e fauna naquela praia abandonada e desértica por aquele motivo.

E quanto a mim? Por que relembrei daquela singela estória?

Ano passado foi-me dado o desafio de ministrar aulas na Disciplina de Administração de Produção e Operações ocasião na qual apenas cinco alunos se matricularam, quase que "na marra", para cumprir conteúdo, posto que a fama da matéria era de ser árdua e "reprovante".

Ao final do semestre logramos êxito onde todos foram aprovados sem necessidade de exames finais para nenhum dos cinco.

Semana passada iniciei a disciplina de Logística Empresarial, outro "fantasma" em função de desempenhos abaixo do esperado em semestres anteriores com outros professores fruto, quem sabe, do cansaço natural de quem passa o dia trabalhando após sair muito cedo de casa. Qual não foi minha surpresa ao saber que teria "apenas" oito alunos incluindo os cinco do semestre anterior. Ou seja, apenas três se aventurariam. Contudo já me sentia feliz por haver 60% de aumento de clientes.

Ontem, já na segunda aula, outra grata surpresa ao deparar-me com treze alunos em sala. Soube que tinha sido após minha intervenção em um evento coletivo defendendo um projeto naquela instituição de "consultoria júnior" embora não entenda absolutamente nada acerca de tal proposta. Apenas repassei exemplos de profissionais egressos de bancos escolares e suas vicissitudes quando entrantes nas organizações e sugerindo ser a "consultoria júnior" uma excelente opção para que estudantes se deparassem com problemas reais nas organizações atendidas e agregassem, por antecipação, valioso conhecimento prático de gestão e suas peculiaridades.

Já em sala, com o fenomenal aumento de 120% em minha clientela, iniciei minha preleção informando que, não obstante a seguir rigorosamente o conteúdo programático, nossas atividades seriam de um consultor construindo e lidando com desafios ombreado a gerentes e supervisores, fatia laboral prevista para atuação no mercado de egressos, em graduação, de faculdades.

Ao final da noite ao entregar o registro de classe na secretaria da Instituição fui informado haver uma intempestiva procura de outros alunos para matrícula na mesma disciplina, ao que a secretária me pediu preparação para atender vinte cidadãos na expectativa de melhor se qualificarem para o mercado.

A rigor, o que o que apresentei aos treze nada mais foi do que eu havia aplicado e trabalhado junto com os alunos de curso de tecnólogos, em outra instituição, resguardando, claro, a diferenciação entre estes e graduados. De sorte que durante o intervalo (são três horas de aula em uma noite) os alunos divulgaram a metodologia que lhes ofertaria daí o motivo do aumento de interessados.

Na Instituição anterior, à qual não fui reaproveitado, tive a grata oportunidade e honra de servir a cidadãos em busca de competências para concorrer em um mercado denso e incerto. Dei o melhor de mim, como sempre faço em minhas atividades, sobretudo quando tratam-se de pessoas buscando conhecimentos e qualificação. Emocionei-me ao ser escolhido como professor homenageado.

Também muito me emocionou saber que uma senhora, mãe e trabalhadora, logrou, na mesma instituição, a primeira nota DEZ em sua vida de estudante, e note-se que a matéria era árdua também, Gestão de Armazenagem e Estoques.

Senti-me o jovem recolhendo conchas ressecadas e desacreditadas e recolocando-as na "maré do mercado". Tenho absoluta convicção que os que logram aprovação nas disciplinas que ministro terão sucesso no mercado. Eles comporão corais e arrecifes, absorvendo os impactos das marés e dando guarita a "pequenos e frágeis plantas e peixes" - futuros líderes- enquanto se encorpam para, sozinhos, enfrentarem as ondas deste vasto e incerto mar que é o mercado brasileiro.

Para mim, a quem Deus já proveu várias experiências profissionais e de vida gratificantes, o "arremessar-lhes" de volta à maré não fará qualquer diferença em minha vida ou carreira, posto que hoje ensino por prazer de contribuir, contudo, para meus clientes alunos, tenho a convicção de que é uma inigualável oportunidade.
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