Bem, estamos às portas de 2016. A sociedade e o setor produtivo não conseguem entender o que está acontecendo com nossa economia. Haverá tempos de confusão, renitentes letargias e busca desesperada por faróis que iluminem um caminho, a exemplo da entrada em um cais cheio de pedras, com maré alta em baía de mar turbulento.
Quando me perguntam o que fazer respondo: Nada de novo! Apenas concentre-se no que você e sua empresa são bons e busque manter o padrão elevado de produtividade. Busque manter, muito antes de pensar em inovar. Procure avaliar como estão seus portfólios de competências organizacionais e laborais e busque se antecipar aos fenômenos que tenderão a degradar os níveis de produtividade conquistados, até então, a duras penas.
O que já sabemos? Governo sem dinheiro e no limite da arrecadação de contribuintes físicos e jurídicos. Então...Toma-lhe impostos, novos tributos, tarifas, multas, etc, etc. São 5 565 cidades sem repasses federais sobre o que recolheram ao longo do ano, com Lei de Responsabilidade Fiscal lhes estrangulando e tentando sobreviver com o pouquíssimo que sobra do orçamento público que não seja vinculado a uma "cláusula pétrea"...
Ah! Lá vem política!! Meu negócio é mercado, é vendas, é...Mas no Brasil dos últimos vinte anos existe mercado sem a pesada mão do Estado Leviatã? Estado Totalitário?!?! E a tomada de três pinos? De onde saiu? E a eliminação da obrigatoriedade de extintores de incêndio veiculares? E os aumentos de regras e critérios de certificações ambientais? De bombeiros? De INSS? De inclusão de deficientes? De diversidade de gênero?
É!! Isso é Estado Leviatã!! Isso custa muito dinheiro para as empresas.
E se sobreviver a isso tudo? Será que ainda dá para inovar? Será?! Para quem comprar? Com que dinheiro sobrando? Se é inovação pressupõe escolha. Se há escolha tem que se ter poder aquisitivo para se comprar além do mínimo da manutenção. Será que o cliente está com dinheiro sobrando para isso? Será?
E seus fornecedores? Já comprometidos com contratos e planos de ação anteriores? Terão dinheiro sobrando para bancar insumos para sua "inovação"?
Ah! Mas se eu não inovar meus competidores irão me engolir! Vão me ultrapassar, vou perder mercado!! Será?! De onde o cliente que era seu vai arrumar dinheiro para comprar o "dele"?! E os fornecedores "dele" que não tem folga na planilha de custos de produção irão arrumar folga e dinheiro para fornecer para "ele" onde? Com quem? Para vender mais que você?! Será que, de fato, em um Brasil de Estado Leviatã, cheio de surpresas a cada fim de mês, alguém navega em "oceano azul" para tornar você um concorrente "irrelevante"? Esqueça!!
Ainda que seu concorrente consiga pertencer a um nicho "privilegiado", com benesses governamentais seletivas, ele precisará de um cliente com dinheiro. Ele terá, absolutamente, a mesmíssima carga tributária que você encara e a capacidade dele de reduzir custos para tornar você irrelevante em um Brasil como o nosso será muito remota. Talvez nos oceanos de Marte, nos mais de 7400 km de litoral brasileiro, até 2017, nem pensar.
Não se espantem, é esse diálogo que eu tenho. Tem que ser "candid", como diria o americano em uma economia onde você não vê o empresário falando do governo. Duvido! O Estado lá "desafoga e desintope" os caminhos das empresas. Aqui "só se fala do governo".
Gosto de ser franco. Não adianta, tampouco é justo dizer o que o cliente quer ouvir. Tem que dizer o "que ele precisa ouvir"!
Então, o que digo é: "Olhe para dentro de sua empresa!!". "Agora olhe para fora!!" "Consegue entender o que está acontecendo?!" Não?! Então busque ajuda, séria, competente e franca. Que, de fato, saiba e entenda o que está acontecendo. Cuidado com os novos paradigmas: "Inovar ou morrer!!"
Sou piloto, sobrevivi para escrever estas linhas após voar 16 tipos de aeronaves diferentes, pousando e decolando país a fora. O que me fez chegar até aqui? Pragmatismo. O mesmo pragmatismo do "check list". Uma coletânea de procedimentos com um conjunto de ações específicas para "cada situação distinta".
Piloto não inventa, pois no céu não tem acostamento. Decolou tem que pousar. Piloto segue o "check list". O "papo de cabine" é o "check list". Local e ocasião que, constantemente, avalia-se as condições climáticas, dos aeroportos, da aeronave e prosseguir o vôo sob mal tempo, tempestades e pousar com segurança.
O que faz um piloto viver para contar suas "estórias"?! São minhas sugestões para 2016: "Check list", diálogos, avaliações, papo de cabine, "Check list" e ação.