domingo, 28 de fevereiro de 2016

5 sementes de um novo Brasil






Transformações significativas, profundas e duradouras normalmente não acontecem de uma hora para outra. Elas levam tempo e são consequências de forças que se somam e que, ao maturarem, trazem à tona mudanças imperceptíveis até então.

É cedo demais para ter certeza, mas talvez, o Brasil esteja passando por uma destas transformações, ainda em estágio subterrâneo e silencioso. Cinco sementes já estão plantadas:

1. Fim da cultura de impunidade generalizada e aceitação da corrupção – baixíssimo risco de punição e grande potencial de ganhos criaram uma cultura em que a corrupção foi, por muito tempo, encarada como “a forma como as coisas são no Brasil”. O corrupto era visto como o padrão; o honesto, como trouxa. Punições severas a algumas das pessoas mais poderosas do país, incluindo empresários, como Marcelo Odebrecht, e políticos, como o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, e potencialmente outros muito mais poderosos, elevaram o risco para candidatos a corruptos e corruptores. Além disso, a decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a prisão após condenação em segunda instância “fechou uma das janelas da impunidade no processo penal brasileiro”, segundo o juiz Sérgio Moro. Por fim, se houver suficiente pressão da sociedade, mudanças significativas na lei de combate à corrupção podem acontecer (10 medidas contra a corrupção).

2. Melhora de nível educacional brasileiro ao longo das duas últimas décadas – a qualidade da educação brasileira é péssima. Por isso, pouco notou-se o aumento no acesso de brasileiros ao ensino médio e universitário. É óbvio que precisamos melhorar – e muito – a qualidade da educação no país. Menos óbvio é que, mesmo com educação de baixa qualidade, o nível educacional médio do brasileiro melhorou bastante nas duas últimas décadas simplesmente porque mais de uma dezena de milhões de brasileiros que não iam à escola e à universidade passaram a ir. Ainda temos muito a evoluir, mas um povo mais educado fica mais produtivo, é menos vulnerável a manipulações e exige mais de seus líderes.

3. Expansão do acesso à internet e a redes sociais – nós brasileiros precisamos cobrar mais de nossos governantes. É mais fácil fazer isso quando a maioria dos brasileiros tem acesso à internet e às redes sociais, como hoje, e pode externar o que pensa, organizar-se e protestar. A importância deste fator na Primavera Árabe fala por si só.

4. Mudança de perfil religioso – nas últimas décadas, particularmente entre as camadas de menor poder aquisitivo da população, houve uma expansão muito significativa da fé evangélica. Muita atenção foi dada ao fato que diversos líderes religiosos e políticos inescrupulosos aproveitaram-se disso em benefício próprio. Por outro lado, o fato de que a ética de vida e de trabalho deste grupo tende a ser diferente da que a maior parte da população brasileira tem recebeu pouca atenção. A ética protestante de valorização do trabalho como forma de melhorar de vida, se generalizada, pode ser um elemento importante para revertermos a cultura de paternalismo estatal que, há alguns anos, batizei de Bolsa-Brasil, e que é um componente importante dos problemas brasileiros. Além disso, a honestidade parece ser um valor mais arraigado entre evangélicos fervorosos do que na maioria da população brasileira.

5. Ascensão social e econômica da nova classe média – dezenas de milhões de brasileiros que nunca tiveram acesso a muitos produtos e serviços não tinham sequer a expectativa de ter este acesso. Eles não mudaram apenas de padrão e consumo, mas também de expectativas. Eles esperam manter o que conquistaram e conquistar mais ao longo da vida. Neste momento, está acontecendo o contrário. Muitos estão regredindo, gerando insatisfação e uma pressão nos líderes políticos que antes não ocorria. Quem não provou e não esperava ter, não exigia; quem provou e está perdendo, sim. Além disso, ao melhorarem de padrão de renda e consumo, muitos deles passaram de beneficiários de programas sociais do governo a seus financiadores, pagando impostos bastante elevados sobre renda e consumo. Isto pode tornar-se um componente de pressão para desmontar o atual modelo de Estado provedor inchado, caro e ineficiente.

Para se desenvolverem, crescerem e gerarem árvores que darão frutos, as sementes precisam ser regadas e cuidadas. A transformação do Brasil em um país melhor também não vai acontecer sozinha. O trabalho será difícil e árduo, mas pelo menos as sementes já estão plantadas.

Ricardo Amorim é apresentador do Manhattan Connection da Globonews, presidente da Ricam Consultoria, o brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do Speakers Corner e o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes. 
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Só 8% dos brasileiros dominam de fato português e matemática





exame.abril.com.br

[...] Apenas 8% dos pesquisados mostraram domínio e chegaram ao nível máximo do teste, considerados “proficientes” em português e matemática. Dos cinco níveis possíveis, a maior parcela, de 42%, está no grau “elementar”, aqueles que estão aptos a trabalhar bem com a casa de milhar e números negativos em matemática, compreendem e tiram conclusões simples de textos médios, além de agrupar informações textuais e numéricas de tabelas simples, por exemplo [...]

[...] “Um dado que surpreende, porém, é o fato de só 18% das pessoas com cargos mais altos na administração pública terem alfabetização em nível pleno. É pouco, pensando que são pessoas em cargo de referência e tomadores de decisão”[...]
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sábado, 27 de fevereiro de 2016

1,3 milhão de jovens abandonam a escola no Brasil


É um enorme desafio que já compromete nossa economia formal a partir de 2020.
A sociedade se recusa a encarar e terceiriza as responsabilidades para escola e educadores, despreocupando-se em cobrar de famílias e de infraestrutura na gestão pública para que possamos ter alguma esperança de reverter este quadro.







[...] Há, no entanto, 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos que deixaram a escola sem concluir os estudos, dos quais 52% não concluíram sequer o ensino fundamental.[...]

[...] "Os estudos feitos com dados do IBGE e do MEC [Ministério da Educação] indicam que há grupos em maior risco. São jovens de baixa renda, em sua maioria negros, que trocam com frequência os estudos por um trabalho precário ou que ficam grávidas já na adolescência", diz o texto, que acrescenta: "Entender o perfil do jovem que evade da escola e identificar os momentos em que esse movimento é mais provável são ações importantes a serem realizadas pelos gestores de escolas e dos sistemas educacionais.[...]
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Estupidez organizacional



Indivíduos e empresas ganhariam se aprendessem a administrar com mais humildade a própria ignorância

Thomaz Wood Jr. 
www.cartacapital.com.br _ publicado 17/02/2016  


Palermice pode ser definida como falta de sensibilidade, discernimento ou senso, a recusa ou incapacidade de utilizar a inteligência e os próprios recursos cognitivos. 

O cotidiano está cheio de manifestações de palermice e estupidez, algumas delas agressivas, outras apenas inconvenientes. Em muitas situações, o efeito pode ser catastrófico.

Na noite de 13 de janeiro de 2012, um transatlântico ao largo da costa italiana realizou uma manobra exuberante, aproximando-se perigosamente de uma ilha, em um movimento conhecido e considerado por regras de navegação marítimas e pelos códigos da empresa proprietária do navio como prática insegura. 

Seguiu-se uma colisão. O choque não foi prontamente seguido de um pedido de socorro, de alarme e de procedimentos para o abandono do navio. A embarcação naufragou. O desastre ceifou três dezenas de vidas. Um dos que se salvaram foi o capitão. Ele abandonou o posto assim que teve a chance e deixou os passageiros à própria sorte.

O caso do navio Costa Concordia e do capitão Francesco Schettino foi analisado pelos pesquisadores Luca Giustiniano, Miguel Pina e Cunha e Stewart Clegg. O trio lembra que o promotor do caso caracterizou o comportamento de Schettino como o de um idiota irresponsável.

Decisões erradas, ilusões sobre a capacidade de controle da situação, falta de autocrítica e insistência no erro aumentaram dramaticamente as proporções da tragédia.

Em um artigo publicado no Journal of Management Studies, em 2012, Mats Alvesson e André Spicer desenvolvem um pequeno tratado sobre a palermice e a estupidez nas organizações. Recordam notáveis contribuições ao estudo do tema.

Herbert Simon, no início dos anos 1970, cunhou o termo “racionalidade limitada” para captar o fato de que nas organizações, e fora delas, tomamos decisões não totalmente racionais. Isso ocorre por causa da falta de tempo, de informações ou de capacidade para processá-las. 

James March e colaboradores, também na década de 1970, constataram que as organizações com frequência operam em ambientes ambíguos, dinâmicos e imprevisíveis. E as organizações são elas mesmas anárquicas e inconsistentes. Seus processos são pouco compreendidos pelos gestores e os tomadores de decisão são caprichosos e volúveis.

Elas operam com base em tentativa e erro, produzem muitas soluções depois descartadas pela ausência de problemas a eles correspondentes. O modelo de decisão proposto pelos autores ficou então conhecido como “modelo da lata de lixo”. Significativo!

Francesco-Schettino
    Schettino, como outros, tomou decisões erradas e se iludiu sobre a capacidade de controle da situação

Chris Argyris, na década de 1980, chamou a atenção para a “incompetência qualificada” presente em grandes organizações. Muitos gerentes e profissionais são qualificados por saberem agir com rapidez diante das situações. Ganham tempo, mas podem chegar com frequência a resultados negativos, porque evitam situações novas e perguntas difíceis.

Alguns pesquisadores passaram a se debruçar sobre o papel da ignorância nas organizações, definida como a simples falta de conhecimento sobre os assuntos tratados. Em um paradoxo, enquanto o acesso à informação aumenta, a capacidade para lidar com o conhecimento diminui e o descompasso leva gerentes e profissionais a tomar decisões e adotar práticas que conhecem apenas superficialmente. Resultado: ficam sujeitos a pequenos, e a grandes, desastres.  

Alvesson e Spicer definem a estupidez funcional como a aversão ou incapacidade de mobilizar três recursos cognitivos específicos: primeiro, a capacidade para refletir ou questionar conhecimentos, procedimentos e normas; segundo, a inclinação para solicitar justificativas e prover razões e explicações; e, terceiro, o raciocínio substantivo, em lugar da tendência de tomar a parte pelo todo, de agir com miopia sobre as questões e os problemas.

Os autores argumentam que a estupidez funcional não é uma aberração a ser ingenuamente combatida, pois é impossível de ser debelada. De fato, muitas de suas características facilitam a vida organizacional, pois aceleram processos e evitam paralisias.

Por outro lado, a palermice organizacional pode também afundar navios, na costa italiana como em outras plagas. Cabe aos capitães e às suas tripulações gerenciar com consciência, humildade e autocrítica. Mas isso talvez seja pedir demais.
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Profissões em 2016



Levantamento realizado por empresa aponta o cenário positivo e negativo das profissões em 2016

[...] Apesar da crise, alguns segmentos do mercado continuam oferecendo boas oportunidades profissionais em 2016, segundo um levantamento realizado pela Wyser, empresa especializada em recrutamento e seleção para média e alta gerência da multinacional italiana de recursos humanos Gi Group.[...]
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Petrobrás interrompe extração "onshore" em seis estados


Bem, muito falo em ação diversionária da mídia comprada, não obstante tentar parecer em "oposição" ao governo. 

Se nossa mídia fosse séria não estaria desviando a atenção da sociedade para o que é sério e essencial para nos entupir com platitudes, factóitdes e casuísmos, a isso chamo de Ação Diversionária.

Então, é preciso ir ler em jornal lááá de fora o que ocorre de verdade aqui. A nossa galinha dos ovos de ouro da gestão petista a cada dia naufragando e nós, sociedade incompetente para gerar produtos de alto valor agregado, continuamos dependentes de commodities.

Eu só penso nas famílias cujos pais caíram na esparrela do governo federal que os incentivou a converter parte do FGTS para adquirir ações da Petrobrás. Quando fizeram isso já sabiam, de ante-mão, da derrocada que estava por vir.



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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Crise valoriza profissionais de Logística e Comércio Exterior


A infraestrutura dos modais de transporte ao longo do território nacional está aquém dos requisitos demandados pelo comércio exterior. Fato é reconhecido pelo pelo próprio governo. 

Não obstante, sempre saliento em sala de aula que a recuperação econômica dar-se-á por intermédio do fortalecimento do setor de Logística. Contudo, convém salientar, a propósito das longas negociações para aprovação da Lei dos Portos (mais de dois anos), a dificuldade que os próprios governadores e parlamentares impuseram à administração federal para que a lei fosse aprovada, não obstante a Lei em comento não abranger toda cadeia de valor das atividades de exportação e de importação.

Leis dos Portos e a Guerra Fiscal, se não forem objeto de constante atenção dos parlamentares serão, sempre, objeto de barganha e de impedimento ao avanço de nosso potencial de desenvolvimento.

Para ajudar na recuperação de nossa economia, a sociedade tem obrigação de querer se inteirar e cobrar do cidadão que, por intermédio de seu voto, torna-se parlamentar para, mais adiante, virar-lhe as costas.
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Leviatã, Laico, Inclusivo e Pátria Educadora



Estado Leviatã...Laico!!

Inclusão religiosa incentivada pelo Estado Leviatã: 53 denominações religiosas.

Inclusão social, inclusão religiosa...enfim, Pátria Educadora.



O Estado Leviatã e Os 7 maiores prejuízos frutos de desastrosa gestão federal


O Estado Leviatã, sufocante e prevalente na economia nacional é fruto e proporção direta da anomia sócio-política do cidadão-eleitor.

Se a saída para a crise precisar de consenso construído em todos os segmentos e recônditos da sociedade o cidadão, no mínimo, precisa se interessar e buscar conhecimento para auxiliar na busca de soluções e saídas.

Se continuar terceirizando tal responsabilidade, o caótico quadro demonstrado na reportagem somente se agravará com o passar dos anos.




(link)

[...] A Secretaria do Tesouro Nacional publica anualmente as informações contendo todos os ativos sob posse da União. Nele é possível descobrir, por exemplo, que os governos possuem R$ 1,03 trilhão em imóveis e R$ 498 bilhões em ações de empresas de inúmeros segmentos (número que caiu significativamente com a desvalorização da Petrobras). O que chama atenção, porém, é o total de ativos. São nada menos do que R$ 6,747 trilhões, ou 1,15 vezes o patrimônio de todas as famílias brasileiras somadas, que equivale a R$ 5,825 trilhões. Cerca de 77% deste patrimônio encontra-se com o governo federal.[...]


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O "Oceano Azul" e a realidade brasileira: Apresento a Emenda Constitucional 87


A longo da cuidadosa leitura do livro "Estratégia do Oceano Azul" pergunto-me se os autores lograriam êxito se tivessem suas empresas instaladas no Brasil.

Um fato inegável é nossa capacidade em sermos, historicamente, patrimonialistas, permitindo a atuação, capilarizada e em profundidade em absolutamente todos os estratos e segmentos de nossa vida sócio econômica.



Vale a atenta leitura e reflexão. 



Zika nas Américas

Carta Capital
Dr Dráusio Varella


Não há vacinas. Combater os focos do mosquito é ainda a melhor prevenção 


[...] Não existem vacinas contra o zika, embora algumas plataformas possam ser adaptadas em pouco tempo. No entanto, como os casos surgem de forma esporádica e imprevisível, vacinar populações inteiras pode ser proibitivo pelos custos e pela inutilidade de imunizar milhões de pessoas em regiões poupadas pelo vírus.

Além de combater os focos do mosquito transmissor, à população restam os recursos que já demonstraram eficácia: repelentes, tela nas janelas, ar condicionado para os que dispõe do equipamento e adiar a gravidez nas regiões assoladas pelo vírus.[...]

Revolução tecnológica no bolso

Tudo isto "cabe" em um smartphone.



Energia elétrica e redução de desigualdade


A fotografia abaixo sublinha duas características peculiares de nossa sociedade. 
A primeira é o populismo das ações do governo para promover a redução de desigualdade sem investimentos em infraestrutura, sobretudo a do parque energético brasileiro.

A segunda passa pelo primeiro motivo que foi a redução de IPI para a linha branca de eletrodomésticos. O cidadão teve do governo, além da redução do IPI, a extrema facilitação do acesso ao crédito. Como resultado, geladeiras, aparelhos de ar-condicionados, máquinas de lavar roupas, freezers, liquidificadores, ferros de passar roupas, liquidificadores, etc que tem como característica principal é o elevado consumo de energia elétrica.

Revela-se, daí, a idiossincrasia do cidadão: Adquire o bem, com crédito facilitado, mas usa de artifícios antiéticos e, até, ilegais, para ter a energia no interior de sua residência.

Teremos, como resultado, excesso de consumo em áreas sem a infraestrutura de suporte necessária. Com a chegada do verão haverá incêndios em comunidades residenciais como as da foto e apagões generalizados por sobrecarga de sistemas de distribuição.







Supermercado no interior de SP adota autoatendimento


Curiosamente quando morei nos EUA de 2006 a 2008 encontrei esse tipo de atendimento de forma muito restrita e, somente, em grandes redes tais como HOME DEPOT, STAPLES e WALGREENS, ainda assim eram, no máximo, três terminais.
Espero que a experiência dê certo no país.

Supermercado no interior de SP adota autoatendimento

Empreendedor, deixe de ser chefe e aprenda a ser um líder




Uma importante avaliação mas que requer reflexão sobre a idiossincrasia peculiar do colaborador brasileiro e as, também, peculiares características de nosso mercado de trabalho e da economia na atual fase que vivemos.
Vale a pena ler e refletir.

Exame.com.br
Marina Turner

Empreendedor, deixe de ser chefe e aprenda a ser um líder

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