domingo, 23 de junho de 2019

Os desafios empresariais para entrega de bens e serviços acessíveis


Considere as duas figuras a seguir extraídas do relatório OXFAM de 2016 alimentados por dados do IBGE (PNAD).

A primeira figura trata da distribuição de renda média da população brasileira:



A segunda figura apresenta da distribuição espacial da sociedade por renda média e poder aquisitivo.




A terceira figura demonstra, a partir de dados do IBGE e da CNI, a distribuição das indústrias no território brasileiro:


Seguem algumas digressões de caráter não só estratégico empresarial, como também logístico operacional.

Considerando a baixa densidade de estradas e vias de circulação, tanto rodoviários como ferroviários e a também baixíssima quantidade de pistas de pouso regulares e aeroportos constituídos devemos avaliar os desafios que as empresas enfrentam para entregar bens e serviços no interior do território.
Aliados a esses complexos desafios de ordem operacional e estratégica devemos, ainda, considerar a altíssima carga tributária existente no país que, por sua vez, inviabiliza sobremaneira o barateamento do preço dos bens e serviços entregues ao consumidor final, sobretudo os de baixa renda localizados nos locais mais ínvios e remotos do território nacional.

Estas e outras reflexões são apresentadas no artigo "O Brasil Real", na palestra "Gestão Estratégica no Contexto Brasileiro" e no Workshop "O Círculo da Produtividade Estratégica" cujos links seguem abaixo.


O Brasil Real
http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/piloto-e-gerente_201906230906.php#.XQ-RrehKjIU

Gestão Estratégica no Contexto Brasileiro
http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/Palestra_Gestao_estrategica_no_contexto_brasileiro.pdf


O Círculo da Produtividade Estratégica
http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/o_circulo_da_produtividade_estrategica.pdf


AS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DAS LIDERANÇAS

               A coragem do empresariado nacional e sua capacidade de produção de bens e de serviços no país são, de fato, instigantes e desafiadoras.


Sob forte influência do Estado nas três esferas (municipal, estadual e federal) mais de 12,9 milhões de empresas no território nacional (dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT) gastam a incrível quantidade de 1.958 horas para processamento e pagamentos de impostos de toda sorte. Sem ser surpreendente, este fato se torna compreensível ante ao reconhecimento do IBPT em sua página institucional que lá estão registrados. Ou seja, não são inferências e sim fatos registrados.

Tal deletéria situação nos coloca no 189˚ posição dentre os 191 países no mundo de acordo com o Banco Mundial (dados divulgados em 2017) e, por consequência, contribui para nos rebaixar para a 80˚posição no ranking mundial de competitividade, índice dessa vez publicado pelo Foro Econômico Mundial, também no ano de 2017. (Dados objeto de discussão na palestra “Gestão Estratégica no Contexto Brasileiro” (http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/Palestra_Gestao_estrategica_no_contexto_brasileiro.pdf).

O formidável elenco de óbices, gargalos e desafios gerenciais e de liderança faz com que empreendedores e líderes tenham que se manter bem informados sobre toda e qualquer sorte de variação de fatos e fatores do macroambiente socioeconômico e político.

Para se lidar com eficiência e sucesso com todos os percalços cuidadosamente deitados à frente da complexa e difícil trajetória que qualquer empreendimento enfrenta para se entregar um bem ou um serviço, empreendedores individuais e líderes, tanto setoriais como empresariais, precisam reconhecer e entender a profunda e prevalente influência dos fatores conjunturais e estruturais comuns a um país de dimensões continentais, com uma infraestrutura física que dificilmente tem o beneplácito das folgas orçamentárias de municípios e estados para uma mera manutenção ou atualização. Da mesma forma, deparam-se com uma sofrível infraestrutura social que contém uma população inexoravelmente arremessada e mantida, há décadas, na desigualdade educacional, de acesso à infraestrutura de saúde e seguridade, financeira e social.

Tais realidades acima comentadas impactam diretamente a força de trabalho de um empreendimento e de seu colar de fornecedores, os clientes e todo amplo elenco de profissionais e empresas que, eventualmente, entrem na equação produtiva como coadjuvantes em manutenções, atualizações e eventuais suportes diretos ao negócio. Claro está que essa “esteira” avança nas searas de agências reguladoras e órgãos públicos onde, no contexto real, prevalece mais a fiscalização do que eventuais assessorias ao desenvolvimento dos negócios resguardadas raríssimas exceções.

Ante a tal complexo e incidente cenário no dia a dia de líderes, tanto setoriais como organizacionais, ofereço um “check-list” que desenvolvi como fruto de minha experiência à frente de mais de 400 colaboradores distribuídos em mais de 12 organizações distintas espalhadas por esse imenso território continente.

Embora seja prático e objetivo em pontos fulcrais, ele não se encerra como uma panaceia imunizando o líder de todos os contratempos e complexidades que o macroambiente lhe impõe no dia a dia. Pelo contrário, serve para orientação básica e merece ser ampliado abrigando todos os detalhes peculiares a cada atividade empreendedora ou organizacional.



Conhecimento


·         Informações críveis;

·         Experiência agregada;

·         Fatores estruturais;

·         Fatores conjunturais;

·         “situation awareness”;



Visão


·         Contextual (Avaliação P.E.S.T);

·         Periférica (Impactos da Avaliação P.E.S.T sobre os setores);

·         Prospectiva.



Comunicação


·         Oportuna;

·         Disseminada;

·         Pragmática (evitar neologismos, gírias etc.);

·         Normativa (acompanhar o padrão estabelecido pela empresa);

·         Assertiva

o   Foco;

o   Direção;

o   Objetividade;

o   Simplicidade.



Articulação


·         Avaliação S.W.O.T (Sob os impactos do macroambiente);

·         Competências setoriais e individuais;

·         Possibilidades;

·         Disponibilidades

§  Orçamento setorial;

§  Recursos.



Coordenação


·         Ação iniciada;

·         Acompanhamento;

·         Controle;

·         Assistência/ interconectividade



Feedback


·         Oportuno;

·         Endereço certo;

·         Registro.



Os fatores e as breves descrições acima são parte comentada na palestra “Liderança Estratégica no Contexto Brasileiro” (http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/PORTFOLIO_DE_PALESTRAS.pdf)  e desenvolvida junto aos participantes do workshop “O Círculo da Produtividade Estratégica” (http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/o_circulo_da_produtividade_estrategica.pdf)

Espero estar contribuindo na solução dos complexos desafios que os profissionais que se dedicam a, com excelência, entregar um bem ou um serviço a um mercado ávido por produtos de qualidade e acessíveis.


sábado, 22 de junho de 2019

O BRASIL REAL




O presente artigo tem a finalidade de instigar os leitores a uma mais profunda reflexão acerca das reais capacidades que a sociedade brasileira dispõe, no “Brasil real” para, lograda a reforma previdenciária e, quem sabe, a tributária ainda no atual governo buscar e permanecer na trilha do desenvolvimento econômico. Ele também faz referência à palestra que estruturei e um workshop que desenvolvi fruto de minha experiência profissional à frente de organizações sob constante pressões de contingenciamento de recursos financeiros públicos e demais recursos, tanto de quantidade de funcionários como de equipamentos e de infraestrutura logística.

Se formos nos basear nos artigos de jornais e de revistas, expressiva parcela de jornalistas, articuladores e especialistas nos fazem ver que a Reforma da Previdência será a verdadeira e única panaceia que nos livrará de todos os males e nos reconduzirá de volta à trilha do desenvolvimento social e econômico sustentáveis.

Penso diferente, sobretudo ao me debruçar sobre dados de fontes fidedignas (tais como IBGE, IPEA, BACEN, BNDES, CNI, CNS etc.) de revelam, de forma cristalina, os graves problemas que ainda temos e que, em meu entender, dificilmente nos livraremos nem tão cedo.

Tenho, nessa decorrência, a convicção de que se a reforma da previdência fosse aprovada amanhã e depois de amanhã os cofres nacionais fossem abarrotados de recursos financeiros oriundos de investidores, tanto nacionais como internacionais, ainda assim teríamos que enfrentar e combater, com firmeza e convicção, um formidável elenco de problemas estruturais e conjunturais que no “Brasil real” do dia a dia, dificultam as atividades empresariais tanto no segmento privado como no público.

A começar, lanço mão de dados que coletei para estruturar a palestra “Gestão Estratégica no ContextoBrasileiro”  (http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/Palestra_Gestao_estrategica_no_contexto_brasileiro.pdf)   ocasião na qual lanço mão de dados colhidos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que evidencia a partir de pesquisas elaboradas entre 2012 e 2014 que o Brasil registra o lamentável percentual de 41% de sua população SEM NENHUM interesse em política. Esse deliberado alheamento cívico desbasta e desqualifica qualquer governança social séria, sobretudo em função das atuações das principais instituições nacionais.

Esse evidente desinteresse, em meu entender, é uma das principais causas sob a qual parlamentares eleitos pelo voto útil sentem-se à vontade em deliberar pautas que não atendem aos urgentes apelos de nossa infraestrutura que vem agonizando nos últimos vinte anos.

A começar por nossa infraestrutura social que vem, de forma constante, apresentando baixos índices de desempenho e de produtividade (apresento os dados colhidos pelo Prof José Alexandre Sheinkman, carioca professor da Columbia University em Nova Iorque na mesma palestra) fruto de nosso analfabetismo funcional e do apagão de mão de obra, objetos de constante análise e preocupação do MET.

Os perfis representativos desse tipo de problema estrutural denunciam vários problemas de desempenho laboral, aprendizado funcional, baixa produtividade e registros de elevados índices de acidentes de trabalho estes, por sua vez, não só impactando na competitividade do empreendimento como nos recursos disponíveis em função de compensações indenizatórias e de manutenção da saúde laboral.

O outro aspecto (também salientado na mesma palestra) é o grave impacto negativo ao crescimento consistente e estável de nossa economia. Desta vez é promovido pela baixa qualidade de nossa infraestrutura física.

Podem ser destacados no eixo da infraestrutura física o nosso baixo índice de saneamento básico que atende de forma razoável apenas 51% de nossas moradias e que impactam, sobremaneira, a formação físico biológica do indivíduo, seus aprendizados básicos e laborais além de deixa-lo sempre suscetível ao acometimento de doenças e epidemias o que, também, reduz significativamente seu rendimento laboral e a produtividade da organização.

Cabe, ainda, destacar nossa frágil mobilidade urbana e rural dificultadas pela baixa qualidade de nossas vias de circulação de pessoas, veículos, bens e produtos. Tais elementos aumentam, sobremaneira, os custos com manutenções veiculares, despesas com seguros de bens e de serviços.

Ainda evidencio outros aspectos sob a égide da infraestrutura física, tais como problemas com a qualidade e a distribuição da energia elétrica (e suas matrizes de composição). Problemas com todo o aparato tecnológico e os serviços de telecomunicações são, também, evidenciados por dados que resultam em nossa real dificuldade em integrar nosso imenso território e de retomar o crescimento econômico.

Por fim, para me aproximar mais das expectativas dos empresários e empreendedores em geral, a partir de dados oficiais do BACEN, BNDES e Min da Fazenda, induzo a reflexão acerca dos 7% do total geral (Orçamento autorizado pelo Congresso Nacional para ser executado ao longo de todo interregno fiscal de 2019 – LOA 2019) a ser repassado a 27 estados e 5 565 municípios. Considerando que expressiva maioria daqueles entes se encontram com contas em crise, considerando acudirem-se ao Presidente da Câmara dos Deputados para perdões daquelas dívidas, tais práticas têm se verificado a cada ano, sobretudo em função do elevadíssimo nível de comprometimento orçamentário SOMENTE para pagamento de funcionários.

O que considero oportuno salientar naquela palestra é a solução encontrada, sobretudo por prefeituras em graves dificuldades, em lançar mão de variações de tributos, tarifas, aumento de fiscalizações de toda sorte no fito de se obter um breve e efêmero alívio nas contas públicas municipais. Tais práticas impactam, e muito, as gestão das organizações de todo e qualquer porte e natureza.

À luz das severas restrições do “Brasil real” ofereço minha experiência como líder (ou gestor setorial) de organizações públicas onde convivi ao longo de trinta anos com restrições tanto financeiras como de recursos de toda sorte, tendo que entregar as metas impostas por autoridades competentes. Toda minha experiência pregressa é base de conhecimento que ofereço no workshop “Círculo" da ProdutividadeEstratégica em http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/download/o_circulo_da_produtividade_estrategica.pdf

ocasião na qual enfatizo, sobretudo por intermédio de exercícios e integração entre os participantes, a importância da liderança objetiva para viabilizar a integração setorial, a visão contextual, a visão periférica e promover meios para a avaliação e solução das graves complexidades de líderes, empreendedores e organizações, país a fora, enfrentam no seu dia a dia e que não irão desaparecer nem tão cedo.

Por fim, considero de essencial relevância e urgência uma imediata postura, a ser adotada por todos os eleitores, de inversão de nossa idiossincrasia e sair da zona de conforto e se interessar mais por todos os assuntos maiúsculos que possam viabilizar uma madura e responsável governança social. Caso contrário, o mesmo “Brasil real” que recebemos fruto de nossa irrefragável anomia sócio-política, entregaremos a nossos filhos e netos. Tenho a convicção de que ninguém quer isso.

sábado, 8 de junho de 2019

Breves considerações sobre a complexidade da atividade logística




A atividade logística pressupõe a articulação, a conexão e a coordenação d muitos atores e fatores distintos.

Transformar um insumo em um bem ou em um serviço e entregá-lo a um cliente finalístico requer a avaliação antecipada dos cenários internos de uma organização e externos do macroambiente. Essa avaliação, necessariamente, abraça as competências e óbices que os fornecedores, transportadores, operadores logísticos, produtores, distribuidores e varejistas possuem e enfrentam para entregar um bem ou os insumos para um serviço que será provido a um cliente finalístico.

Inserem-se nessa formidável cadeia de valor logística os fatores que denomino Fatores Econômicos de Produtividade (FEP). Eles são básicos e essenciais para a atividade não só de produção ou logística, bem como toda e qualquer atividade econômica funcionar a contento. São eles:

·         O provimento adequado e regular de energia elétrica;


·         A multiplicidade e a diversidade de modais de transporte;


·         A mobilidade urbana e rural;


·         A qualidade do saneamento básico sobretudo em períodos de chuvas que provocam alagamentos dificultando a mobilidade urbana, contaminando lençóis freáticos e a resistência do solo;


·         A capacidade e a abrangência e a sustentabilidade dos sinais e das emissões dos aparatos (hardwares, softwares, periféricos, amplificadores, antenas etc.) de telecomunicações;


·         A segurança pública cuja falta de investimentos fragiliza e compromete a segurança da mobilidade, dos modais de transportes, funcionários, clientes, cargas, caminhões, depósitos, fábricas, armazéns distribuidores e demais instalações pertinentes ao complexo de operações logísticas; e


·         A qualidade laboral da mão de obra empregada, sejam funcionários, terceirizados ou eventuais contratados para uma empreitada específica. A comprovada baixa qualidade de formação técnico científica tem se evidenciado em problemas de produtividade, retrabalho e acidentes de trabalho, acometendo riscos de perdas, reposição, destratos, interdições e danos à imagem e à credibilidade da empresa.

Para melhor se aquilatar a importância dos FEP acima descritos, há que se considerar extenso caminho que um insumo que irá se transformar em um bem ou em um serviço percorre antes de atender a uma demanda específica de um cliente. Via de regra o insumo sai das instalações físicas de um fornecedor, é transportado por um modal de transporte (ou uma combinação de modais: rodoviário-aéreo; ferroviário-marítimo; rodoviário-fluvial, ou ferroviário-dutoviário), chega a uma instalação de transformação (fábrica, montadoras, etc.), dali prossegue para um Centro de Distribuição (CD), depois para as instalações de um varejista e, por fim, até a residência ou local de trabalho do cliente finalístico.

O caminho acima percorrido necessariamente pressupõe uma formidável e eficiente interconexão de funcionários muito bem preparados e treinados, estandes, baias e núcleos de produção, equipamentos e veículos para retirada e entrega de insumos e produtos finalizados, equipamentos e softwares para registros, acompanhamento e emissões de documentos de controle pertinentes, aparatos de telecomunicação para acompanhamento e informação de posição de insumos ou de produtos acabados dentre outras etapas.

O operador logístico, diante desse fabuloso e complexo cenário precisa atuar como um verdadeiro “maestro” posto que cada componente, ator e fatores precisam estar operando em harmonia para se diminuir, ao máximo, custos desnecessários com perdas, devoluções, atrasos, descumprimentos de prazos, segurança de operações etc.

Portanto, alinho de forma breve algumas poucas competências que o gestor de logística precisa desenvolver e aplicar para lograr êxito em sua atividade:

·         Conhecimento do negócio de sua empresa, dos fornecedores, dos terceirizados e das empresas que darão suporte ao fluxo do “supply chain”. Por decorrência, também deve se manter atualizado acerca de legislações (âmbitos federal, estadual e municipal), diretrizes organizacionais, normas internas, requisitos impositivos de agências reguladoras e órgãos públicos (Bombeiros, CREA, Sec Transportes, Sec Trabalho, Seg Segurança etc.);


·         Capacidade de Comunicação e difusão de todas alterações ou atualizações legislativas, critérios estabelecidos por clientes;


·         Articulação para conhecer e considerar as competências e óbices enfrentados pelos setores internos da organização, fornecedores, terceirizados e empresas de suporte ao fluxo logístico;


·         Coordenação eficiente das ações entre os distintos atores microambiente organizacional e do supply chain;


·         Correção oportuna dos problemas ou gargalos (“bottle necks”) e, por fim, 


·         Feedback do surgimento, evolução e medidas de correção ou que tenham, com eficiência, dirimido os problemas da atividade tanto administrativas como operacionais que, eventualmente, tenham retardado a entrega do bem ou do serviço ao cliente finalístico.

Mercê de terem sido breves, tais considerações acima são fruto de muitos anos de experiência à frente de atividades logísticas e mediante várias restrições não só operacionais, como também e sobretudo, financeiras (contingenciamento de recursos, dificuldades de acesso a créditos bancários etc.).

Destarte, considere que as atividades de gestão logística impõem constante demandas de preparação e de atualização dos gestores e operadores.

Portanto, mantenha seu portfólio de competências sempre atualizados e boa sorte.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O futuro do transporte é elétrico

 RONALDO LEMOS
FOLHA DE SP - 03/06

Corremos o risco de veículo a combustão virar sintoma de subdesenvolvimento





Andar por cidades chinesas como Hangzhou e Shenzhen causa um estranhamento para quem é brasileiro. Ambas são megalópoles de 9 milhões e 12 milhões de pessoas. No entanto, o tráfego de veículos nessas cidades é curiosamente silencioso. 

Os rãããããã e tssss que são constantes nas cidades brasileiras estão desaparecendo por lá. A razão é simples. Boa parte dos veículos é elétrica.

Tome-se o exemplo de Shenzhen. A cidade tem hoje 100% da sua frota constituída de ônibus elétricos. Só como base de comparação, Shenzhen tem 15.500 ônibus. São Paulo, 14.500. Em dez anos, a cidade aposentou a integralidade da frota a combustão. Com isso, adotou ônibus de última geração movido a baterias. Não há fios elétricos que ficam faiscando, nem motoristas desesperados tentando encaixar polos que se soltaram. E as baterias usadas são de fosfato de ferro, recicláveis.

Mas quanto custa carregar esses ônibus? Uma carga completa com autonomia de 300 quilômetros custa R$ 120. No caso dos carros, uma carga completa que permite circular por 400 quilômetros custa R$ 20. 

O carregamento dos carros pode ser feito em tomadas comuns, com uma espécie de carregador de celular. Esse carregador é inteligente. Está programado para carregar o veículo em horários de pouco consumo de energia, como de madrugada. Nos horários de pico, se o carro estiver conectado, pode devolver a energia armazenada para a rede, gerando dinheiro para o dono.

Em Shenzhen, 100% dos táxis são também elétricos. Essa conversão foi tão bem-sucedida que os aplicativos de transporte urbano estão considerando adotar uma regra exigindo que todos os carros e táxis filiados a eles deverão ser elétricos. Se forem movidos a combustão, não poderão se cadastrar.

As motos no país são também elétricas. Aquele famoso ruído de moto acelerando é coisa do passado.
Converter a frota de veículos de uma cidade para elétricos cria um círculo virtuoso. Com sua disseminação surge uma nova infraestrutura capaz de armazenar eletricidade. Baterias podem ser carregadas a partir de qualquer fonte, seja na tomada ou por painéis solares. 

Cada dono terá incentivo para carregar seu carro fora do horário de pico para pagar menos. E também para comprar um painel solar (ou exigir que seu condomínio instale um). Com isso pode zerar seu custo de deslocamento. Mais do que isso, em casos de falta de energia, as cidades podem direcionar seus ônibus para hospitais e outros lugares críticos. A bateria de cada um funciona como um gerador móvel.

Os sinais de que o futuro do transporte é elétrico estão em toda a parte. Todas a montadoras estão lançando carros nessa modalidade. 

Só existe um lugar que tem aversão a isso: o Brasil. Em nosso país, os carros e motos elétricas são tributados de forma punitiva. Quem compra um carro elétrico no Brasil paga 50% de impostos. Veículos a combustão pagam muito menos, apesar de suas muitas externalidades negativas como barulho e poluição. 

Corremos o risco de viver em um mundo em que os países desenvolvidos serão elétricos, enquanto os veículos a combustão serão sintoma claro de subdesenvolvimento.

A Indústria 4.0 vai mudar a lógica da gestão de pessoas. Você está preparado?


CAMILA FARANI - GAZETA DO POVO - PR 03/06







A pergunta que te faço hoje para reflexão é: como gerir pessoas em tempos de extremas incertezas e mudanças rápidas? Pessoas e processos sempre foram o centro de tudo nas empresas, certo? Bem, essa lógica começa a ser alterada com a chegada da Indústria 4.0, considerada a grande revolução dos dados. Sabe o que significa? A internet está revolucionando o planeta, a forma de comunicação, o acesso à informação e a forma de consumo.

Depois da Revolução Industrial, a Indústria 4.0 é a era dos dados que está transformando novamente a maneira como o mundo funciona, com a automação dos processos. É o advento das máquinas inteligentes, da análise computacional avançada de dados e do trabalho colaborativo entre pessoas conectadas para gerar profundas mudanças e trazer maior eficiência operacional para setores industriais. Você já está entendendo onde quero chegar? E o que isso vai alterar na lógica da gestão de pessoas nas organizações? Tudo.

Muitas profissões já estão deixando de existir. O setor bancário é um que já está sentindo na pele esses efeitos. Já percebeu que as agências bancárias estão se tornando digitais? Que os robôs, assistentes virtuais, estão tomando o lugar dos gerentes bancários? No dia a dia não percebemos, mas esse é apenas um dos exemplos. Em 2017, a startup brasileira, Tikal Tech, criou o primeiro robô assistente de advogado do Brasil. O robô Eli usa inteligência artificial para acelerar o andamento de processos, analisar dados e produzir pareceres jurídicos. Não é algo que vai acontecer. Já aconteceu.
A questão é que as startups respondem mais rapidamente a essas mudanças, pois já nascem com esse DNA empreendedor e digital. As estruturas internas já nascem enxutas, menos hierárquicas e burocráticas. As respostas ao mercado conseguem ser mais rápidas e a estratégia é compartilhada por todos. As organizações tradicionais que não se adequarem a esse novo modelo vão morrer. Isso é fato. E o RH Estratégico tem um papel fundamental nesse processo. Existem quatro pontos importantes para a gestão estratégica de pessoas acontecer:
1- Alinhamento de todos os setores da empresa com a estratégia;
2 - Necessidade de as políticas estarem alinhadas com a cultura da organização;
3- Atitudes e comportamentos dos gestores alinhados à cultura;
4 - Alinhamento dos colaboradores ao negócio.

De acordo com a Endeavor, a gestão de pessoas é apontada por 28% dos empresários como o principal desafio do negócio. Dessa forma, ser estratégico em gestão de pessoas nas organizações deixou de ser uma opção para ser uma condição de sobrevivência. E isso as startups sabem fazer muito bem.

O relatório Creating People Advantage, da Boston Consulting Group, que entrevistou 3,5 mil profissionais de recursos humanos em várias partes do mundo, mostrou que uma empresa que implementa essas diretrizes tem resultados financeiros duas vezes maior do que uma empresa que não possui uma gestão de pessoas. A gestão do RH precisa dialogar com o modelo de negócio em que está inserido. Além disso, precisa estar atualizado sobre tecnologias e saber se comunicar com os colaboradores de maneira eficaz.

Como as startups fazem isso? Elas possuem uma cultura tão forte e atraente que os colaboradores se tornam “evangelistas”. Elas “compram” o propósito dessas empresas. Os processos são mais humanizados e com metas claras. Com isso, elas geram mais valor, produtividade, motivação e resultados superiores. Consequentemente, uma empresa que gerencia pessoas de forma estratégica é mais criativa e mais inovadora, porque coloca os colaboradores no centro do processo. Eles são os principais agentes da inovação.

E, por fim, como vamos nos diferenciar das máquinas? Hoje o que importa não são pessoas técnicas, mas sujeitos prontos para resolução de problemas de forma rápida. Estamos vivendo a era da chamadas soft skills (ou traduzindo, habilidades leves). O que vai nos diferenciar são nossas habilidades cognitivas, ou seja, competências comportamentais. São elas: o poder de liderança, a empatia, a criatividade, a habilidade de solucionar problemas, a resiliência, a adaptabilidade e o controle emocional. Uma pesquisa do Capgemini's Digital Transformation Institute de 2017, apontou que 60% das empresas estão em uma crise de soft skills entre seus funcionários. Ou seja, a pergunta que fica é: como vamos preparar essa mão de obra para o futuro?

Desempregado sem formação não consegue nem trabalhos básicos

Tenho plena convicção de que se a reforma da Previdência fosse aprovada amanhã e depois de amanhã os cofres públicos amanhecessem abarrotados de recursos externos de investidores, AINDA ASSIM demoraremos MUITO para sair da crise que estamos e recuperar melhores condições econômicas. 

Uma das condicionantes é a nossa Indústria que, em 2015 precisava de US$800 MILHÕES SOMENTE para se atualizar, a outra condicionante é a condição geral de nossas estradas, a outra a capacidade de produção e distribuição de energia elétrica (sem depender de termelétricas) e, por fim, a baixíssima capacidade intelectual e técnica da educação de nossos trabalhadores.

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https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2019/06/02/desempregado-sem-formacao-nao-consegue-nem-trabalhos-basicos.htm