A atividade logística pressupõe a
articulação, a conexão e a coordenação d muitos atores e fatores distintos.
Transformar um insumo em um bem ou em
um serviço e entregá-lo a um cliente finalístico requer a avaliação antecipada
dos cenários internos de uma organização e externos do macroambiente. Essa
avaliação, necessariamente, abraça as competências e óbices que os
fornecedores, transportadores, operadores logísticos, produtores,
distribuidores e varejistas possuem e enfrentam para entregar um bem ou os
insumos para um serviço que será provido a um cliente finalístico.
Inserem-se nessa formidável cadeia de
valor logística os fatores que denomino Fatores Econômicos de Produtividade
(FEP). Eles são básicos e essenciais para a atividade não só de produção ou
logística, bem como toda e qualquer atividade econômica funcionar a contento.
São eles:
·
O
provimento adequado e regular de energia elétrica;
·
A
multiplicidade e a diversidade de modais de transporte;
·
A
mobilidade urbana e rural;
·
A
qualidade do saneamento básico sobretudo em períodos de chuvas que
provocam alagamentos dificultando a mobilidade urbana, contaminando lençóis
freáticos e a resistência do solo;
·
A
capacidade e a abrangência e a sustentabilidade dos sinais e das emissões dos
aparatos (hardwares, softwares, periféricos, amplificadores, antenas etc.) de telecomunicações;
·
A
segurança pública cuja falta de investimentos fragiliza e compromete a
segurança da mobilidade, dos modais de transportes, funcionários, clientes,
cargas, caminhões, depósitos, fábricas, armazéns distribuidores e demais
instalações pertinentes ao complexo de operações logísticas; e
·
A
qualidade laboral da mão de obra empregada, sejam funcionários,
terceirizados ou eventuais contratados para uma empreitada específica. A
comprovada baixa qualidade de formação técnico científica tem se evidenciado em
problemas de produtividade, retrabalho e acidentes de trabalho, acometendo
riscos de perdas, reposição, destratos, interdições e danos à imagem e à
credibilidade da empresa.
Para melhor se aquilatar a importância
dos FEP acima descritos, há que se considerar extenso caminho que um insumo que
irá se transformar em um bem ou em um serviço percorre antes de atender a uma
demanda específica de um cliente. Via de regra o insumo sai das instalações
físicas de um fornecedor, é transportado por um modal de transporte (ou uma
combinação de modais: rodoviário-aéreo; ferroviário-marítimo;
rodoviário-fluvial, ou ferroviário-dutoviário), chega a uma instalação de
transformação (fábrica, montadoras, etc.), dali prossegue para um Centro de
Distribuição (CD), depois para as instalações de um varejista e, por fim, até a
residência ou local de trabalho do cliente finalístico.
O caminho acima percorrido
necessariamente pressupõe uma formidável e eficiente interconexão de funcionários
muito bem preparados e treinados, estandes, baias e núcleos de produção,
equipamentos e veículos para retirada e entrega de insumos e produtos
finalizados, equipamentos e softwares para registros, acompanhamento e emissões
de documentos de controle pertinentes, aparatos de telecomunicação para
acompanhamento e informação de posição de insumos ou de produtos acabados
dentre outras etapas.
O operador logístico, diante desse
fabuloso e complexo cenário precisa atuar como um verdadeiro “maestro” posto que
cada componente, ator e fatores precisam estar operando em harmonia para se
diminuir, ao máximo, custos desnecessários com perdas, devoluções, atrasos,
descumprimentos de prazos, segurança de operações etc.
Portanto, alinho de forma breve
algumas poucas competências que o gestor de logística precisa desenvolver e
aplicar para lograr êxito em sua atividade:
·
Conhecimento
do negócio de sua empresa, dos fornecedores, dos terceirizados e das empresas
que darão suporte ao fluxo do “supply chain”. Por decorrência, também deve se
manter atualizado acerca de legislações (âmbitos federal, estadual e
municipal), diretrizes organizacionais, normas internas, requisitos impositivos
de agências reguladoras e órgãos públicos (Bombeiros, CREA, Sec Transportes,
Sec Trabalho, Seg Segurança etc.);
·
Capacidade de Comunicação e difusão de todas alterações ou atualizações legislativas,
critérios estabelecidos por clientes;
·
Articulação para
conhecer e considerar as competências e óbices enfrentados pelos setores
internos da organização, fornecedores, terceirizados e empresas de suporte ao
fluxo logístico;
·
Coordenação
eficiente das ações entre os distintos atores microambiente organizacional e do
supply chain;
·
Correção oportuna
dos problemas ou gargalos (“bottle necks”) e, por fim,
·
Feedback do
surgimento, evolução e medidas de correção ou que tenham, com eficiência,
dirimido os problemas da atividade tanto administrativas como operacionais que,
eventualmente, tenham retardado a entrega do bem ou do serviço ao cliente
finalístico.
Mercê de terem sido breves, tais
considerações acima são fruto de muitos anos de experiência à frente de
atividades logísticas e mediante várias restrições não só operacionais, como
também e sobretudo, financeiras (contingenciamento de recursos, dificuldades de
acesso a créditos bancários etc.).
Destarte, considere que as atividades
de gestão logística impõem constante demandas de preparação e de atualização
dos gestores e operadores.
Portanto, mantenha seu portfólio de
competências sempre atualizados e boa sorte.